A artrite reumatoide é uma doença inflamatória crônica autoimune que se caracteriza por acometer, principalmente, a membrana sinovial das articulações periféricas, habitualmente de maneira simétrica, com potencial para levar a deformidades articulares e incapacidade funcional. Além das articulações, também pode apresentar acometimento de outros órgãos e sistemas em 10 a 20% dos pacientes, tais como olhos, pulmões, coração, pele e sistema nervoso. Nas articulações, as principais queixas são dor, principalmente ao acordar pela manhã, com sensação de rigidez matinal maior que 30 minutos, associada ou não a calor, rubor e aumento de volume articular. As articulações mais acometidas são as articulações das mãos (punhos, interfalangianas proximais e metacarpofalangianas), articulações dos joelhos, pés, tornozelos e cotovelos. Acomete de 0,5 a 1% da população mundial com uma relação aproximada de 2 a 3 mulheres para cada homem. Pode acometer qualquer faixa etária, sendo mais frequente entre os 30 e 50 anos de idade.
Até a década de 50, quando foi descoberto o uso terapêutico dos corticosteroides, poucos tratamentos eram disponíveis. Atualmente, não é aceitável se tratar a doença apenas com o uso de corticosteroides, uma vez que há diversas medicações disponíveis, inclusive pelo sistema único de saúde (SUS), que modificaram o curso do tratamento e prognóstico da doença, possibilitando controle adequado dos sinais e sintomas e melhora da capacidade funcional e qualidade de vida do paciente. Dentre as classes de medicamentos disponíveis para o tratamento da artrite reumatoide, estão incluídas as Medicações Modificadoras do Curso da Doença (MMCDs) sintéticas e alvo específicas e os imunobiológicos, que são drogas que agem em moléculas específicas envolvidas no desenvolvimento e perpetuação da doença.